Perna Aberta

A mulher esperta,
de perna aberta,
aceita quem ela é.

A mulher sensata,
de mente reta,
melhora quem ela é.

A mulher contente,
de alma livre,
aproveita de quem ela é.

Ela é livre, sensata, contente, esperta...
porque reconhece o quem ela é,
e valoriza o que ela é.

Ela é uma mulher de perna aberta,
e de perna aberta resolve estar.
Sem medo da perna aberta,
já que há os que valorizam a perna fechada,
o coração medoroso, a mente crítica
e a boca calada.

De perna aberta
e cabeça ereta,
a mulher escolhe,
sua natureza acolhe,
e o homem usufrui.

Usufrui melhor (o homem)
se valorizar a mulher de perna aberta,
que compartilha,
que divide,
que oferece.

É isto que lhe faz feliz,
ou será que valoriza a perna fechada,
perna egoísta,
perna mutilada,
perna recalcada?

Perna fechada,
perna ignorante,
perna que ignora a própria natureza
de perna aberta.

Perna aberta,
aí reside a felicidade,
esta é sua anatomia,
esta é a nossa fisiologia,
um encaixe perfeito.

Perna aberta.
A mulher sensata,
de mente reta,
e alma livre,
aproveita do que ela é.

Chicão Dois Passos

Fome de Amor...



Faminto estou de teu prazer, menina,
Desejar-te toda, buscar-te, é minha sina,
Meu objetivo, sonho e projeto.
Em pétalas lascivas
Quero desfolhar-te,
Sugar o teu néctar,
Hei de saciar-te
E realizarmos este amor secreto.
Deixa-me sugar-te, minha flor,
E em troca, me devora, por favor...
Tem pena de mim, do que sinto,
Vem pra saciar-me,
Que de tua carne
Eu estou faminto...

Deixa a mão




Deixa a mão
caminhar
perder o alento
até onde se não respira.

Deixa a mão
errar
sobre a cintura
apenas conivente
com nácar da língua.

Só um grito desde o chão
pode fulminá-la.

A morte
não é um segredo
não é em nós um jardim de areia.

De noite
no silêncio baço dos espelhos
um homem
pode trazer a morte pela mão.

Vou ensinar-te como se reconhece
repara
é ainda um rapaz
não acaba de crescer
nos ombros
a luz
desatada
a fulva
lucidez dos flancos.
A boca sobre a boca nevava.”

Eugénio de Andrade

Tinha no olhar cetíneo, aveludado,
A chama cruel que arrasta os corações,
Os seios rijos eram dois brasões
Onde fulgia o simb’lo do Pecado.



Bela, divina, o porte emoldurado
No mármore sublime dos contornos,
Os seios brancos, palpitantes, mornos,
Dançavam-lhe no colo perfumado.



No entanto, esta mulher de grã beleza,
Moldada pela mão da Natureza,
Tornou-se a pecadora vil. Do fado,



Do destino fatal, presa, morria
Uma noute entre as vascas da agonia
Tendo no corpo o verme do pecado!"



♥Augusto dos Anjos♥

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Poesias Originais da minha

amiga Cristina

Vão visitá-la!!!